O que plantas às plantas

Como plantas,
Podemos virar o rosto para encontrar o sol,
Ou suportar a sombra, que não nos importa.

Depende do que somos,
Da essência...

Verdade ou mentira...

Pode parecer que não há escolha,
Que não depende de nós,
Afinal, plantados aqui,
O que podemos fazer?

Mas sim, podemos brilhar de forma diferente,
Seduzir na colheita,
E saber a hora certa de libertar nossas melhores pétalas.

Há sempre uma forma, uma maneira,
Não se pode apenas desviar os olhos para o chão...
Há sempre uma janela,
Um pequeno feixe de luz,
Que nos melhora, nos ilumina,
E pode mudar nosso destino...

Há um pouco de terra, em algum lugar, nos esperando.
Acredite, floresça.

...

Há momentos na vida
Em que podemos escolher
Ser plantas sem raiz...
E a vezes
O próprio destino se encarrega,
De desmatar nosso jardim...
Então, a solidão,
Profunda,
Não foi porque se quis...

De qualquer maneira,
Mesmo esquecidos,
Num jardim escondido,
Alguém pode, por coincidência,
Nos encontrar...

E nessa hora,
Precisamos ainda,
Lembrar,
Como brilhar.

Mesmo sendo uma pequena criança a nos levar,
Numa brincadeira da vida, correndo a saltitar,
A viagem pelas suas mãos, mesmo pequena,
Nos mostrará que valeu a pena esperar...

...

Devemos ser de verdade...
Pois,

As plantas regamos
Podamos,
Moldamos,
Esperamos outro outono para florescer

Mas do plástico,
Cansamos,
Trocamos,
Deixamos de lado para esquecer

...

Terminar como uma flor de plástico,
Num vaso sem cor,
Não pode ser uma opção...

O destino escolhe a melhor mão para colher,
Aqueles que são puros de coração.