O vento sopra, e se faz presente pelo movimento das árvores
Elas tentam se esconder atrás da janela...
Não as árvores... As crianças...
Quando as árvores se movem elas aparecem
Mas se escondem atrás da janela
Leve neblina toma conta de tudo
Elas respiram e quanto mais o fazem, mais se escondem...
Pequenas crianças atrás da janela
Sempre o mesmo lugar mas a brincadeira nunca acaba...
Sei onde estão, mas o vidro está fechado...
Querida infância que me persegue e ilude
Não dão chances para que eu perca a vez
Eu não deveria, sempre, esquecer-me de consertar a janela...
A idade me limita as ações e confunde minha cabeça
Me canso de ir buscar a lenha tão longe...
Talvez se essas árvores caíssem... A brincadeira acabasse...
As crianças não mais viriam, mas igual, morreria na minha vez...
Sempre que a neblina se vai, sei que perdi novamente
Nunca tive tempo nem de chegar próximo a janela
Após a viagem, sento nessa cadeira em frente a fogueira e descanso...
Fico só, até que o vento sopre ao anoitecer.